Acordei querendo não acreditar em tudo que tinha acontecido naquela noite. Eu realmente não conseguia acreditar que ele fez tudo aquilo comigo. Me chamar de puta? Ele passou de todos os limites. Eu não sei se quando ele pegava a Júlia, ela aceitava esses "apelidos", mas eu não aceitaria. De forma alguma.
Levantei e vi havia um cartão na mesinha que fica ao lado da minha cama. Era da minha mãe.
"Como você está grandinha, decidi que você realmente pode morar sozinha. Ou melhor, com a Rafaela."
Eu não estava entendendo nada. Eu sempre dizia para a minha mãe que já tinha maturidade o bastante para morar sozinha, mas ela sempre dizia que ainda era cedo.
Mãe: Oi! -gritou
Carol: Mãe, o que é isso?
Mãe: Você já tem maturidade o suficiente. Outro dia, eu tava conversando com a mãe da Rafaela sobre isso. O que você acha?
Carol: Sobre?...
Mãe: Vocês duas morarem juntas! Já compramos o apartamento e ela já tá levando as coisas pra lá.
Carol: Mentira! -sorri- Mãe, eu te amoooo! -gritei e abracei-a
Começamos a empacotar minhas coisas na mesma hora para levar até o apartamento. Até a minha casa. Nem conseguia acreditar...
Colocamos várias caixas caminhão que estava estacionado na rua e fomos até o prédio. Chegando lá, minha mãe colocou as mãos na frente dos meus olhos na hora de entrar no apartamento.
Mãe: Eu vou tirar as mãos, mas fique com os olhos fechados! É só pra eu abrir a porta...
Carol: Ok. -ela tirou as mãos
Mãe: Pronto, já pode abrir.
Agora acreditava menos ainda. Era perfeito! Não era grande, mas era perfeito para duas pessoas. Tamanho suficiente. Já estava todo decorado e as coisas da Rafaela já estavam lá.
Mãe: Estávamos decorando ele faz 1 mês.
Carol: A Rafaela sabia?
Rafaela: Sim, eu sabia. -disse aparecendo do nada- Mas sua mãe queria fazer surpresa, então não disse nada pra você.
Carol: Ah, vai ser tudo perfeito. Já estou imaginando toda a minha vida aqui... -disse com os olhos brilhando
Abrimos várias caixas o dia todo e arrumamos o apartamento com as minhas coisas.
Mãe: Meninas, eu já vou. Vou deixar vocês curtindo o apartamento de vocês sozinhas. -ela falou com a Rafa e veio me dar um beijo- Te amo, filha. -eu a abracei
Ela foi embora e fui até o meu quarto. Continuei ajeitando algumas coisas com ajuda da Rafa. Logo, ouvimos a campainha tocar.
Rafa: Quer ir lá atender?
Carol: Atende pra mim. Vou continuar arrumando as coisas.
Quando disse isso, ouvimos a pessoa que estava na porta berrando.
Chris: Rafa, não ia me mostrar a casa nova?
Carol: Rafa -sussurrei- eu não tô aqui, tá?
Rafa: Que?
Carol: Você entendeu muito bem. Eu não tô aqui. Pelo amor de Deus!
Rafa: Táaaa. -ela foi atender a porta
Chris: Finalmente! -disse quando ela abriu- Nossa! Já posso vir morar com você?
Que? Isso não podia ser verdade.
Rafa: Que comediante! -riu
Chris: Enfim, vai me mostrar a casa ou não?
Ela foi mostrando os cômodos.
Rafa: E aqui, é o quarto da Carol.
Chris: De quem? -disse surpreso
Rafa: Da Carol. Você não achou que eu fosse morar sozinha, achou?
Chris: Você não disse que ela ia morar aqui com você. -tentou abrir a porta
Rafa: Ela trancou. Foi pegar mais coisas em casa.
O telefone dele tocou.
Chris: Rafa, vou ter que ir. É minha mãe. Ela disse que é alguma coisa importante. Depois eu volto e a gente conversa. -cumprimentou ela e foi embora
Carol: Ah, graças a Deus! -disse saindo do quarto quando ouvi a porta fechar
Rafa: Sua sorte é que a mãe dele ligou. Você não pode se esconder pra sempre. Vai ter que conversar com ele...
Carol: Eu sei. Mas eu só quero um tempo de descanso agora. Quero curtir meu apartamento. O NOSSO apartamento. -disse dando ênfase em "nosso"- Acho que já terminei com o meu quarto. E não vou trazer nada pro resto, já que está tudo mobiliado...
Rafa: Ele quer você...
Carol: Você não me ouviu? Rafa, eu vou sair. Beijo. -disse saindo
Fui até uma cafeteria que tinha na esquina da rua.