Passamos a aula de geografia inteira conversando, discretamente. Odiamos geografia, ué.
Na hora do almoço, antes de entrar na cantina, abri a porta e procurei a Jessica. Não queria tomar banho de comida hoje.
Carol: Estranho. Não vi a Jessica hoje... Essa hora, ela já teria me espancado umas 2 vezes. -disse entrando na cantina
Chris: Ela foi suspensa.
Carol: Sério? Tá brincando né. -fez que não com a cabeça- Por quanto tempo?
Chris: Até o fim da semana.
Carol: Um pouco de paz! -disse agradecendo- Mas, foi por causa do que aconteceu? Quando ela agarrou seu braço?
Chris: Uhun. -disse se achando
Carol: Metido. -ri- Pelo menos vou chegar em casa limpa né.
Chris: É a primeira garota que conheço que toma banho de comida na escola. Minha namorada conhece uma garota que já tomou banho de comida também...
Carol: Sua o que? -disse decepcionada
Chris: Minha namorada.
Carol: Você... não me falou que tinha uma.
Chris: Ah, desculpa. O nome dela é Taís. Não achei que você fosse querer ouvir sobre ela. Ela estuda na minha antiga escola...
Por isso ele desviou do selinho no hospital. Que legal. O primeiro namorado que eu poderia ter naquele lugar acabou de dizer que tem namorada. Morri por dentro. É, eu estava apaixonada por ele.
Carol: Chris, eu vou ali no banheiro. Caiu alguma coisa no meu olho. -disse inventando uma desculpa porque meu olho estava cheio d'água
Saí correndo pro banheiro, entrei numa cabine e comecei a chorar. Chorei o máximo que pude. Como se quisesse gastar todas as gotas de água existentes em mim para não chorar na frente dele... Não acredito que ele tem namorada. E eu achando que ele estava ficando afim de mim. Fui uma idiota. Uma total idiota.
Comecei a passar mal de novo, mas nada saía de mim. Enfiei meu dedo na garganta e assim saiu. Não estava aguetando. Aquela dor estava me corrompendo. Eu estava realmente muito apaixonada por ele.
Perdidamente apaixonada.
Saí da cabine, limpei minhas lágrimas e a maquiagem borrada e voltei pra cantina.
Chris: Demorou... Você tá pálida. Vomitou de novo?
Carol: Sim. -disse abaixando a cabeça
Chris: Passou mal? Quer ir na enfermaria?
Não queria contar a ele que enfiei o dedo na garganta. Enfiei pra tirar tudo de dentro de mim. Como uma pessoa com bulimia faz.
Carol: Eu já tô bem... -menti
Não estava nada bem. A todo momento que olhava pra ele, lembrava que ele tinha namorada. E isso doía. Muito.
Carol: Chris, eu vou lá pra sala tá?
Chris: Já? Ainda faltam 20 minutos. Qual é sua aula agora?
Carol: Sociologia. -disse já indo embora
Mudança de humor total. Não podia ficar mais ao lado dele. Ia chorar a qualquer momento. Fui pra sala e comecei a ler a matéria de geografia, já que não tinha prestado atenção à explicação na aula.
10 minutos depois, notei a presença dele na porta. Fingi que não vi. Não queria falar com ele. Só no dia seguinte.
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No dia seguinte, acordei e minha havia deixado um bilhete na mesa que fica ao lado da minha cama. Dizendo que havia saído mais cedo pro trabalho e que só voltaria a noite. Aproveitei isso e resolvi matar aula. Pelo menos as duas primeiras aulas. Ainda não estava preparada pra olhar ou conversar com o Chris.
Mas, acredite se quiser, uma hora depois ele apareceu lá em casa.
Carol: Oi. -disse abrindo a porta
Chris: Oi. Por que não foi a aula? Tá passando mal de novo?
Carol: Não. Esquece isso. Eu não passo mal todo dia. -fui grossa
Chris: O que houve com você?
Carol: Nada. -me joguei no sofá e uma lágrima caiu
Chris: Aconteceu sim. O que foi?
Carol: Nada. E você? Tá fazendo o que aqui?
Chris: Matei aula. Você não foi. Vim te ver. Ver se você tá bem...
Carol: Ok, agora já pode ir. Já viu que eu tô bem.
Chris: Carol, eu fiz alguma coisa com você? Por que você tá falando comigo assim?
Carol: Nada Christian! -caíram mais lágrimas
Chris: O que eu te fiz?
Carol: Você e sua namorada Taís fizeram.
Chris: Você conhece a Taís?
Carol: Não Christian. Vai embora. Por favor.
Chris: Vou ficar esperando aqui fora. Até você se acalmar. -saiu
Carol: Tá, vai... -e fechei a porta
3 horas depois e ele ainda estava esperando. Não sei porquê. Se ele fosse procurar a namoradinha, teria mais o que fazer. Eu nem sei o que ele tá arrumando pra fazer. Coitado. 3 horas... Resolvi ir falar com ele. Já estava mais calma.
Carol: Ei. -abri a porta
Ele se levantou e eu o abracei o mais forte que eu pude.
Carol: Me desculpa. Eu não devia ter te tratado daquele jeito. Me perdoa? Por favor.
Não queria soltar ele. Nunca mais.
Chris: Claro que eu perdôo. Essas coisas acontecem.
Ele era tão compreensivo. Depois do escândalo que eu dei, ele aceita minhas desculpas. Que inveja dessa Taís!
Carol: Entra. -sentei no sofá
Chris: O que foi que aconteceu? -sentou do meu lado
Carol: Se importa se a gente não falar desse assunto?
Chris: Tá.
Carol: Então, o que me conta? -dei um sorriso falso, já que estava triste por culpa da Taís
Chris: Terminei com a Taís.
Carol: O que? -arregalei os olhos
Chris: Terminei com a Taís.
Carol: Isso eu já entendi. Mas, por que?
Chris: Ela, me traiu.
Que vaca! Se minha mãe pode querer espancar a Jessica, eu posso querer espancar a Taís também. É claro.
Carol: Como? Como ela pode?
Chris: Ela disse que foi "sem querer". Que não me via faz muito tempo e que tava com vontade de matar a vontade de fazer sexo.
Mil vezes vaca!- pensei
Chris: Mas, mudando de assunto... Vamos sair? Fazer alguma coisa?
Carol: Pra falar a verdade, eu prefiro ficar aqui.
Chris: Tá. Tudo bem. Posso ficar aqui também?
Carol: Pode. Vem aqui no meu quarto, no computador.
Subimos a escada e fomos até o meu quarto.
Carol: Tô cansaaaada. -me joguei na cama- Pode ligar o computador.
Chris: Não quero.
Carol: Quer fazer o que?
Chris: Quero ver TV. -deitou do meu lado e ficamos vendo TV
PS: Eu disse que estava maior... (:
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